Porto Sul?

Não temos nada contra um polo exportador de minério de ferro no litoral da Bahia. O que não se pode admitir em pleno século 21 é que para beneficiar uma única empresa asiática (a Bamin) esse complexo destrua um dos mais preciosos patrimônios ecológicos brasileiros, a Área de Proteção Ambiental da Lagoa Encantada. E nem que rompa o equilíbrio social e econômico de toda a região para que os chineses tenham minério de ferro mais barato.





quinta-feira, 24 de junho de 2010

Ilhéus está de parabéns! Já a prefeitura...

Como se manipula uma notícia? Leia o início dessa nota redigida pelo departamento de imprensa da prefeitura de Ilhéus (22 junho 2010):

O novo momento vivido por Ilhéus, marcado pelo anúncio da chegada de diversos empreendimentos, como o Porto Sul, a Ferrovia de Integração Oeste-Leste, o aeroporto internacional, o Gasene (Gasoduto de Integração Sudeste-Nordeste) e a ZPE (Zona de Processamento de Exportação), já conseguiu melhorar alguns indicadores sócio-econômicos do município. Neste último mês de maio, por exemplo, pela primeira vez na história, Ilhéus conseguiu gerar mais empregos do que a cidade de Itabuna. Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), enquanto Itabuna gerou 37 empregos, no mesmo período, Ilhéus conseguiu produzir 317 novos postos de trabalho.

A informação mais importante fica para o fim: Ilhéus conseguiu pela primeira vez em sua história gerar mais empregos que a vizinha Itabuna. É uma conquista para Ilhéus, mas a prefeitura coloca isso no fim. A primeira frase ("O novo momento vivido por Ilhéus, marcado pelo anúncio da chegada de diversos empreendimentos, como o Porto Sul...") é um exemplo claro de manipulação).  Estes empregos estão surgindo por uma dinâmica natural da economia e por empreendimentos discretos como os novos centros de varejo do Carrefour e da Makro. E sem destruir nada.

O complexo exportador do Porto Sul só gerou empregos até agora para um exército de blogueiros e "jornalistas" que vivem para defender esse projeto fora da lei. Mas o parágrafo revela a cada vez suspeita atitude da prefeitura - colocar a fidelidade aos asiáticos da Bamin acima da própria cidade que eles juraram defender.

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