Porto Sul?

Não temos nada contra um polo exportador de minério de ferro no litoral da Bahia. O que não se pode admitir em pleno século 21 é que para beneficiar uma única empresa asiática (a Bamin) esse complexo destrua um dos mais preciosos patrimônios ecológicos brasileiros, a Área de Proteção Ambiental da Lagoa Encantada. E nem que rompa o equilíbrio social e econômico de toda a região para que os chineses tenham minério de ferro mais barato.





quarta-feira, 7 de julho de 2010

Comunista com cérebro e coração

É raro nos dias de hoje ver qualquer organização sindical se rebelar conta qualquer decisão de qualquer administração petista. Sindicatos hoje são instrumentos dóceis do governo, de quem ganham muito dinheiro e poder. Por isso é uma grande surpresa ler o artigo de Jorge Barbosa no site da FEEB, a Federação dos Bancários dos Estados da Bahia e Sergipe. O artigo tem uma visão realmente ambientalista:

O Complexo Intermodal irá destruir de uma só vez 1.771 hectares de remanescentes da Mata Atlântica e lavoura de cacau nas proximidades da APA - Área de Proteção Ambiental da Lagoa Encantada, o que corresponde a 17 milhões e 710 mil metros quadrados, sem falar na ZPE que ficará em outra área, segundo o projeto, às margens da rodovia Ilhéus/Uruçuca e mais espaços deverão ser desflorestados para abrigar novas construções que deverão surgir no entorno. Certamente a população das cidades de Ilhéus, Uruçuca, Itabuna e Itacaré deverá aumentar, ocupações irregulares e novos bairros surgirão exigindo vultosos investimentos na infra-estrutura de municípios que já convivem com a falta de saneamento básico e outras carências. Além disso, ainda haverá a poluição do ar decorrente da poeira do minério de ferro e o impacto ambiental marítimo. (...) O Complexo Intermodal pode ser transferido para o Porto de Aratu, que já possui ligação ferroviária com o Sudeste e está situada na maior baia subtropical do mundo. As condições de navegabilidades são excepcionais, calado natural e imensa área para logística e retro-área.  (...)  O capitalismo como sistema que busca o lucro incessante e que instiga o consumismo, naturalmente exige a incorporação de todo o planeta ao processo produtivo, e o socialismo precisa apresentar uma alternativa racional que garanta o bem estar ao homem e aos demais seres vivos. Não nos esqueçamos dos desastres de Chernobyl e do Mar de Aral. Marx e Lênin viveram numa época em que a perspectiva de esgotamento da natureza e desastres ecológicos não estavam em pauta.
LEIA O ARTIGO COMPLETO CLICANDO AQUI

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Zamin, meia dona da Bahia

O site da empresa indiana Zamin (dona de metade da Bamin) está eufórico:




Tradução aproximada: A Zamin Ferrous é proprietária de 100% das licenças de exploração que cobrem um grande depósito de minério de ferro de baixa qualidade no sul do estado da Bahia. A área fica a 70 km da área principal da Bamin e dentro de 40  km da nova ferrovia Este-Oeste que servirá diretamente o projeto BML.

A Zamin só não declarou que os governos federal, estadual da Bahia e a prefeitura de Ilhéus trabalham "100%" para ela. Mas talvez isso seja uma questão de tempo. 
PRA LER A DECLARAÇÃO COMPLETA DA ZAMIN (EM INGLÊS) CLIQUE AQUI

domingo, 4 de julho de 2010

"A China dominaria o mundo"


Todo o projeto Porto Sul tem um único objetivo: entregar minério de ferro barato para a China através da empresa asiática Bamin. Poderia ser um empreendimento comercial como qualquer outro. Se a China fosse um país como qualquer outro. Mas não é. O site Porto Gente entrevistou o economista Humberto Dalsasso, especialista em economia chinesa. Ele não fala especificamente sobre a Bahia nem sobre o Porto Sul. Mas deixa clara sua opinião sobre os métodos chineses de exploração:


Um estaleiro pode abrir caminho para um porto de exportação de minérios
Texto publicado em 02 de Julho de 2010 -
 
Vera Gasparetto
de Florianópolis/SC
 
PortoGente conversou com o economista Humberto Dalsasso, que atua como consultor empresarial e é colunista do site do Conselho Federal de Economia e um estudioso da economia chinesa. Na sua análise, a China tem alta demanda por matéria-prima e o Brasil é um local para buscar energia, infraestrutura e terra. O que aparenta ser um simples estaleiro pode abrir as portas para adicionar empreendimentos como um porto para exportar minérios para a China. Leia a entrevista e veja o que isso tem a ver com o projeto de instalação do estaleiro da OSX, em Biguaçu, na Grande Florianópolis, em Santa Catarina.
PortoGente – Como iniciou seu interesse em estudar a economia chinesa?
Dalsasso
- Em 1966, no curso de economia fiz um trabalho que cheguei à conclusão de que a China dominaria o mundo, o que se confirmou a partir de 2000. Desde 2004 escrevo artigos alertando, mostrando, porque vejo que não se pode negociar com a China com ingenuidade.

PortoGente - O que os negócios da China têm a ver com a instalação do estaleiro da OSX em Biguaçu?
Dalsasso
- Minério. Minério para levar. A China está interessada em minério, infraestrutura e terra. Compraram no Nordeste 10 mil hectares para plantar soja e levar para lá. Aqui querem minério.
LEIA A ENTREVISTA COMPLETA CLICANDO AQUI

Denúncia: secretário do governo baiano já trabalhou para a Bamin

A denúncia foi feita por Marcos Mendes, candidato do PSOL ao governo da Bahia: Eugenio Spengler (foto acima), secretário do Meio Ambiente do governador Jaques Wagner, já trabalhou para a Bamin, a empresa que pretende devastar o litoral sul da Bahia com o projeto Porto Sul. Agora o senhor Spengler continuaria defendendo os interesses da empresa asiática Bahia Mineração, só que dentro do governo estadual.
Ouça a entrevista completa do candidato Marcos Mendes para o jornalista Gil Gomes, da rádio Santa Cruz clicando aqui

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Vale a pena ler de novo: entrevista com Didier Lantiat

Didier Lantiat é um engenheiro francês especializado em indústria siderúrgica. Esta entrevista foi realizada pelo Ação Ilhéus em abril de 2009, e está mais atual que nunca. Leia aqui alguns trechos:


Ação Ilhéus – A siderurgia gera muitos empregos?
Didier - Sim, mas por um período que pode ser muito curto, e que não compensa em comparação aos efeitos nocivos trazidos: carvão, minério de ferro, poluição, destruição, barulho, calor.
Ação Ilhéus – Se for desfavorável para os investidores, acabam os empregos ...
Didier - Acabam os empregos e ficam a destruição ambiental e os impactos sanitários e sociais gritantes para os moradores. Isso significa desemprego em massa e consequente aumento da criminalidade, além da região arruinada por séculos. (...) Tem a manutenção para extrair o minério dos vagões e guardá-lo em pilas; a manutenção para colocar o minério sob a esteira de transporte; a manutenção do minério para encher o navio.  Além da poluição atmosférica, tem a poluição sonora. O barulho das máquinas e dos transportadores até o píer vai ter um impacto enorme sobre a fauna local. Rapidamente, será um inferno para quem more nas imediações.
 

Idealismo é isso aí

Este é um dos agressivos blogs a favor do projeto Porto Sul. Seu estilo é demonstrado sem muita sutileza no próprio título. É tocante a defesa apaixonada que este blog faz dos planos da empresa asiática Bamin, exigindo sempre a submissão total da população de Ilhéus ao plano. A razão para tanto idealismo pode ser conferida logo abaixo: patrocínio simultâneo do governo do estado da Bahia e da prefeitura de Ilhéus.