JW - “Sou pelo equilíbrio na negociação. O porto Sul teve uma audiência pública demorada, que foi até as 4 horas da madrugada. Houve concordância com o projeto, que não tem área industrial acoplada, é um porto "strictu sensu", de partida e de chegada de produtos, porque se localiza numa área que serve ao turismo”.
Comentário - O governador não fala a verdade. O porto não é apenas um porto, mas um complexo exportador pesado que inclui um aeroporto, um terminal ferroviário e um "retroporto" onde toneladas de minério de ferro serão estocadas e transportadas espalhando seu pó poluidor.
JW - “Apesar do debate democrático da audiência pública, ainda há pessoas que defendem aquela área toda para o turismo. Só que a Ferrovia Oeste-Leste é indispensável para integrar e desenvolver o Estado”.
Comentário - Quem disse que a Ferrovia Oeste-Leste é “indispensável”? Quem decidiu isso? É indispensável ou é conveniente realizar uma obra gigante dessas num ano eleitoral, mesmo com a destruição que ela vai trazer?
JW - “A Bahia tem 1.180 quilômetros de Oceano Atlântico, e em algum ponto eu preciso fazer o porto. Estudamos seis ou sete áreas com uma equipe multidisciplinar dando notas e pontuando o custo-benefício. Foi um ano de estudo até escolher o local. Chamei pessoas que eram contra e mostrei as razões da escolha. Mas na democracia é assim, alguém acha que o porto será um mal, mas a maioria não acha. A audiência foi feita, e agora nós estamos atrás da licença de implantação”.
Comentário - “Precisa fazer o porto” por que? A Bahia já tem o complexo de Aratu em Salvador, com ligação ferroviária para as minas de Caetité. Quais foram as outras 6 ou 7 áreas opcionais, que quase ninguém conhece? Por que escolher um local bem numa Área de Proteção Ambiental? Porque fica mais prático para os asiáticos da Bamin? Quem disse que "alguém" acha que o porto será um mal, mas "a maioria" não acha? Quem mediu a opinião pública?
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